domingo, 11 de fevereiro de 2018

BELÍSSIMA TARDE DE CINEMA




Ainda em Janeiro resolvi fazer outra tarde de cinema 

e a escolha foi para este filme: "Chama-me pelo teu nome" 

Filme belíssimo! 

Sem pressas, o filme corre ao ritmo da natureza, 

sensual, o desejo em todas as suas facetas. 

Mais de duas horas de deleite puro... que não cansam! 

Adorei o filme. 

Os cenários, as aldeias, o arvoredo, os personagens, 

a música, os diálogos e...o alperce. 

Na imagem que se segue, o primeiro toque, 

quando se cumprimentam, assim que o hóspede 

chega a casa dos seus Pais, na aldeia.





depois, muitos passeios de bicicleta pelos campos 

a caminho da aldeia vizinha, enquanto vai fazendo 

de cicerone do hóspede de seus Pais.





um dia, acontece uma conversa séria entre pai e filho





os almoços em família, debaixo da árvore do quintal, 

à sombra e no sossego da natureza...

. . .

Pediu-lhe que fosse tocar piano!





o desejo existia de parte a parte... 

um dia, iria acontecer, 

era o que ambos queriam




como todas as histórias chegou o fim 

a partida do hóspede 

e a tristeza no seu olhar, perdido no horizonte




foi este o livro que deu origem ao filme, 

excelentemente interpretado por Timothée Chalamet, 

que está nomeado para um Óscar



12 comentários:

  1. Chama-me pelo Teu Nome
    Título original:Call Me by Your Name
    De:Luca Guadagnino
    Com:Armie Hammer, Timothée Chalamet, Michael Stuhlbarg, Amira Casar, Esther Garrel
    Género:Drama, Romance
    Classificação:M/14
    Outros dados:EUA/BRA/ITA/FRA, 2017, Cores, 132 min.

    Verão de 1983.
    Elio, de 17 anos, vive com a família em Itália, numa bela mansão do século XVII.
    O pai, um professor de arqueologia de renome, convida Oliver,
    um norte-americano de 24 anos, a passar alguns meses em sua casa,
    para o ajudar num projecto.
    Extraordinariamente inteligente, culto e educado, Elio é também um rapaz tímido e pouco preparado para a vida, que pouco tem em comum com a personalidade exuberante de Oliver.
    Apesar disso, à medida que o tempo vai passando e se vão conhecendo mais profundamente, uma atracção difícil de ignorar surge entre os dois…

    Com argumento de James Ivory (responsável pela realização de "Quarto com Vista sobre a Cidade", "Regresso a Howards End" ou "Os Despojos do Dia") e realização de Luca Guadagnino,
    um filme dramático sobre o amor e a descoberta da sexualidade.

    Inspira-se na obra com o mesmo nome escrita pelo italiano de origem egípcia André Aciman.

    Estreado no Festival de Cinema de Sundance (EUA),
    "Chama-me pelo Teu Nome" é a última parte da trilogia "Desejo",
    de que também fazem parte os filmes de Guadagnino
    "Eu Sou o Amor" (2009) e "Mergulho Profundo" (2015).

    Os actores Timothée Chalamet, Armie Hammer, Michael Stuhlbarg, Amira Casar, Esther Garrel e Victoire Du Bois dão vida às personagens. PÚBLICO

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  2. GOSTEI IMENSO DA ATITUDE DOS PAIS DE ÉLIO

    Do melhor conselho que um pai pode dar:
    não se poder nem adiar nem matar um coração.

    Ainda trago esta história de amor às voltas, mas só posso, para já, dizer:
    ide ver, de coração aberto, tudo que pode ser bonito na vida - o amor, a dor, o fim.

    E de como as casas e os jardins, a passagem do verão ao inverno, os caminhos de ida e volta da casa à urbe,
    as montanhas e a cidade grande que liberta para o anonimato,
    as promessas e a desistência, podem ser palco, cenário,
    personagem e chão de uma história tão edificante

    Como afirma, e bem, o pai, não somos todos iguais no que toca a liberdades de opção.
    Só um aviso: não é um filme para mentes puritanas!

    "Chama-me Pelo Teu Nome", do italiano Luca Guadagnino,
    possui a estrutura clássica do banal "coming of a age movie"
    numa qualquer paisagem idílica (neste caso concreto na Itália rural) com a variante de incidir sobre um efémero amor de verão gay
    (ocorrido em 1983, entre um erudito adolescente de origem judia - que se encontra de férias com os intelectuais e liberais pais na sua casa de férias campestre - e um jovem adulto americano com cerca de 25 anos, que vem passar a época estival consigo).

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  3. No entanto, destaca-se das restantes películas desta natureza (e de que maneira!) pela inteligente simplicidade (quase lírica) e romantismo sensual da sua narrativa

    Tudo é encarado com naturalidade, preferindo o realizador exibir esta ligação "apenas" como uma legítima história de amor universal isenta de questionamentos por parte daqueles que os rodeiam

    a obra em causa, com toda a certeza, não teria o mesmo impacto se não contasse com a arrebatadora performance do menino-homem
    (de quem muito iremos ouvir falar no futuro) Timothée Chamalet

    São, ainda, de salientar duas cenas que - aposto - ficarão na História da sétima arte, uma exótica cena de sexo com um pêssego
    e o plano sequência final (de cortar a respiração!).

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  4. O filme tem a duração de duas horas e treze minutos,
    não me pesaria se se prolongasse por três horas.

    As cenas entre os dois são bonitas, subtis e até invulgares
    no "cinema gay", a personagem do pai um pouco "pedagógica" de mais
    mas tem um diálogo com o filho que, não deixa de ser um recado/confissão à geração (e à pessoa) dele próprio.

    Belíssimo
    Aborda o tema (tabu) da homossexualidade de forma cuidada mas magistral. De uma sensibilidade e de uma beleza extremas.

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  5. opinião do crítico de cinema LUÍS MIGUEL OLIVEIRA:

    O alperce joga um importante papel simbólico em Chama-me Pelo Teu Nome, filme que juntou na concepção do argumento Luca Guadagnino e James Ivory (a partir de um romance de Alan Aciman)
    e esteve quase a ser dirigido, a quatro mãos, pelo italiano e pelo quase nonagenário cineasta americano.

    É a cena, ainda no início, em que o jovem arqueólogo americano interpretado por Armie Hammer, em Itália para uma residência de Verão em casa de um mestre arqueólogo, embarca numa prelecção etimológica para estabelecer que a palavra "alperce", na raiz partilhada por gregos, romanos e árabes, significava originalmente "prematuro".

    E é a cena que mais tarde rima com essa, quando o "prematuro", o "alperce" desta história (Thimothée Chalamet),
    condensa o seu desejo num alperce propriamente dito,
    acariciando-o e (é o termo) penetrando-o com os dedos,
    num grande plano que aliás parece (e é mesmo, a julgar por declarações de Luca Guadagnino em entrevistas) uma citação de uma das imagens mais fortes do Vale Abraão de Manoel de Oliveira.

    Chama-me pelo teu Nome é assim, um filme "frutado", e não apenas pela importância do alperce na sua simbologia.

    Num sentido mais rigoroso, porque as suas cores, requintadamente fotografadas em 35mm pela câmara do operador tailandês Sayombhu Mukdeeprom (colaborador regular de Apichatpong Weerasethakul,
    e de Miguel Gomes nas Mil e uma Noites),
    captam a natureza estival do norte de Itália carregando nos verdes, nos vermelhos, nos amarelos, como se de uma banca de fruta fresca se tratasse.

    Num sentido mais ambíguo, porque Guadagnino trata o seu filme,
    um retrato do despertar do desejo sexual na adolescência (e possivelmente da consciência de uma identidade sexual,
    embora o filme seja menos claro quanto a isso, aliás inteligentemente), como aqueles medicamentos ou aquelas bebidas alcoólicas que levam um toquezinho de fruta para escorregarem melhor no paladar - é um filme "fácil de ver", porventura demasiado fácil de ver, porque o seu "toquezinho de fruta", isto é, a sua manipulação emocional, assume formas insidiosas, seja pela música
    (os excertos clássicos, piano sobretudo, que quase omnipresentemente embalam a relação do espectador com as imagens), seja pela fotogenia (tudo é belo, da natureza e da arquitectura italianas às personagens, exteriormente e interiormente).

    Chama-me pelo teu Nome, que, não haja dúvida quanto a isso, é o filme mais conseguido de Guadagnino, continua a ter esse lado bem à vista.

    Há a citação de Oliveira mas o foco, que não ignora o cinema italiano (há cenas e sequências que são evocações claras, e bastante frouxas, de Rossellini ou da Dolce Vita de Fellini), estará mais pelas bandas de Renoir (que salvo errou Guadagnino expressamente referiu em entrevistas), o Renoir do Passeio ao Campo ou do Almoço na Relva, o "bucolismo" como prolongamento e expressão da sensualidade e dos impulsos eróticos da personagens, o travo agridoce dos amores fugazes.

    Mas, ainda a fotogenia "fácil", temos demasiadas vezes a sensação de ver Renoir tomado de assalto por uma campanha publicitária da Calvin Klein ou coisa parecida, para além de ser inútil procurar aqui algo de vagamente semelhante à gravidade e, sobretudo, à brusquidão do cineasta francês (é ver o modo como Guadagnino termina o filme, arrastando-o num longo plano que é o maior puxa-lágrima visto em tempos recentes). LUÍS MIGUEL OLIVEIRA

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  6. Boa tarde. Acredito que seja um bom filme. Gosto de filmes que aflorem a natureza
    .
    * Poetizando a Folia do Carnaval *
    .
    Tenha um domingo de Carnaval Feliz

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  7. Tenho lindo as críticas e par3ce mesmo ser um bom filme a ver! beijos, tudo de bom e que melhores bem da coluna! chica

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  8. Ainda sou do tempo em que - e já eu trabalhava na Cultura do Expresso lado a lado com alguns dos, ainda, críticos de cinema quer andam por aí - e a decisão sempre os filmes eram sempre as mesmas: se tiver uma crítica positiva não vás ver! Nunca me guiei radicalmente por essas ideias, mas nalguns aspectos os "leigos" de cinema tinham razão: os críticos preferiam mais filmes de autor, onde a estrela principal era sempre o realizador (na altura, o arquivo do Expresso estava feito por realizadores e não por filmes, eu é que consegui alterar um pouco as coisas - hoje em dia está informatizado por isso tanto faz estar arquivado por uma coisa ou outra) - mas aqueles eram tempos diferentes, tempos ainda do papel.

    Foi nesse tempo que também elegi o 'Cinema Paraíso' (realizador italiano como no filme que descreves) como o filme da minha vida e assim continua, não conseguindo ser destronado pelo 'Em nome da rosa', 'Les uns et les autres' ou até o Senhor dos Anéis.

    Isto porque o olhar italiano está mais próximo de nós, talvez pela latinidade. Mas é interessante que aqui os protagonistas não são italianos, portanto, é a prova que a simbiose de várias sensibilidades produz grandes cinemas... que geralmente são os que têm as histórias mais simples.

    Hoje não estou muito atento ao cinema, mas se tivesse que eleger um crítico actual... escolheria, escolheria, pois escolheria a ti. Sim, porque consegues falar do filme por aquilo que o filme é e não pelo que pretende ser ou pelo que o crítico quer sobressair ou dar nas vistas.

    És imparcial, nem tens motivo para ser de outra maneira por isso levo sempre em linha de conta o que dizes. Ainda me lembro, acho que fui ver o 'Hotel Marigord' (passado na Índia) em função de um texto que puseste nos blogues há uns anos. E se não tenho ido ver mais é porque não me tenho organizado porque até tenho facilidade em ir tirar duas horas ou duas horas e meia para ir ao cinema, e à Segunda-feira é mais barato.

    Sobre este filme, e àparte a história, acredito que deve ter cenas de natureza líndissimas, ao estilo de uma velha Inglaterra, que neste caso não é muito velha pois data de 1983, um tempo que passou há relativamente pouco tempo, mas que aparece um bocado apagado na história, pois quase ninguém refere os anos 80 com acontecimentos históricos ou marcantes.

    Obrigado pelas dicas e pela maneira como - escrevendo - consegues motivar para o cinema. Afinal, não há nada que substitua um filme visto em sala em ecrã gigante.

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  9. Parece ser um filme com muito interesse. Eu, pelo menos, fiquei interessada.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  10. Bom dia. Amei a postagem.Parabéns

    Hoje:- "Clausuro-me... por fidelidade."
    .
    Bjos
    Votos de um feliz dia de Carnaval.

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  11. Sortuda!só eu há tanto tempo que não vejo um bom filme ,Bem vou vero cartaz de cinema na net mas aqui nunca vem nada que me desperte!Quem sabe um dia aparece algo que valha a pena? Bjs.

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  12. Parece ser um filme bem interessante.
    Bom fim de semana
    Beijinhos
    Maria de
    Divagar Sobre Tudo um Pouco

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